O Ritmo da Pedalada nas Subidas.

O ritmo da pedalada nas subidas sempre foi um grande desafio para os ciclistas.

O ritmo é um conceito básico no ciclismo, mas leva anos para dominá-lo e muitos ciclistas nunca o dominam. Este aspecto durante a escalada é extremante importante.

As consequências de andar muito forte na subida, pode levar o ciclista a ter que reduzir significativamente a velocidade para tentar se recuperar, ou até mesmo parar de pedalar para se recompor.

Se isso ocorrer em uma situação competitiva, o ciclista poderá perder minutos preciosos para seus rivais. O ciclista deve andar em uma intensidade consistente durante a subida.

Os ciclistas que constantemente aceleram, desaceleram e andam de forma irregular usam mais energia do que aqueles que andam em uma intensidade mais linear.

A primeira coisa a aprender, é pedalar na subida em uma intensidade consistente e controlada, que é melhor feito em um ritmo abaixo do limite do ciclista.

Aprendendo as estratégias.

Para aprender a encontrar o ritmo nas escaladas, o ciclista deve escolher uma subida que tenha um gradiente que lhe permita encontrar um ritmo controlado e se concentrar nesse ritmo durante toda a subida.

Se a subida for superior a 2 quilômetros, o ciclista pode inicialmente usar a frequência cardíaca para determinar o ritmo, que pode ser mantida dentro de uma faixa estreita de batimentos por minuto, o que é um ótimo guia inicial para ritmo.

Se caso o ciclista não possuir um monitor cardíaco, ele deverá usar a percepção de esforço, entretanto, quando temos parâmetros mensuráveis fica mais fácil o controle e a tomada de decisão.

Ciclistas mais experientes usam watts e esforço percebido para determinar o ritmo. Para uma subida mais curta (menos de 2 quilômetros), o ciclista pode usar uma combinação de watts e frequência cardíaca para determinar o ritmo.

A frequência cardíaca responde mais lentamente a aumentos de intensidade, portanto, em subidas muito curtas, o ciclista pode estar quase terminando a subida antes que a frequência cardíaca se estabilize em um bom ritmo, portanto, o controle de intensidade por watts é mais adequado em subidas curtas.

A medida que ganha experiência, o ciclista saberá correlacionar os dados e adotar o ritmo certo a cada tipo de subida.

Andar em um ritmo de resistência, constante e controlado, faz mais sentido para garantir a conclusão do pedal, ao invés de imprimir ritmos muito fortes na tentativa de vencer a subida o quanto antes e a qualquer preço.

Esse tipo de ritmo é mais fácil de manter porque a intensidade não é extremamente alta e o ciclista consegue manter mais facilmente.

Pedalar no limite durante a subida.

Andar em um ritmo consistente é mais desejável do que andar em diferentes ritmos com muitas variações de intensidade ao longo do pedal.

O ciclista deve tentar encontrar uma frequência cardíaca ou potência razoável no ritmo de resistência que permita a consistência e manter isso até o terminar a subida sem explodir no topo.

Pois se o ciclista decidir acelerar muito nas escaladas, ele deverá imprimir um ritmo difícil de manter.

Dessa forma ele estará respirando com dificuldade, com a frequência cardíaca alta e com os músculos queimando.

Para pedalar no limite, o ciclista realmente precisa estar focado nisso, tem que se esforçar, sofrer e se concentrar 100% em pedalar no limite.

Aprender a pedalar bem no limite, e em seguida, manter a potência do limite em trechos mais íngremes e áreas mais planas, requer disciplina e atenção.

Porque a intensidade ou potência de saída é baseada na força aplicada e na cadência.

Em trechos mais íngremes, o ciclista precisa aplicar mais força em uma cadência mais lenta e, em trechos mais planos, o ciclista deverá aumentar a cadência.

O ciclista precisa se concentrar para perceber quando a potência está caindo e depois voltar ao limite.

Não comece a escalar com muita força! O esforço percebido pode até parecer baixo no início, mas a potência gerada já é forte.

O ciclista não conseguirá manter o ritmo muito acima do limite durante toda a subida.

Então, quando o esforço percebido finalmente coincide com o esforço real, é tarde demais.

A lição aqui é: Não comece a subida forte a ponto de atingir ou extrapolar o seu limite!

Compreenda o percurso.

A grande questão permanece sobre como determinar o ritmo nas seções mais íngremes e planas.

Se os trechos íngremes forem seguidos por trechos mais planos, o ciclista deve andar em um ritmo mais controlado nas subidas, para que ele não exploda no topo delas.

Por exemplo, se o ciclista anda muito forte no trecho íngreme e ganha 10 segundos com relação a um competidor, mas depois explode no topo da subida e perde 30 segundos pedalando devagar no trecho plano que vem a seguir, então ele usou um ritmo incorreto e perdeu tempo no geral.

Concluindo, é muito importante que o ciclista se conheça e que compreenda os seus limites para utilizar essa percepção de forma estratégica.

No sentido de utilizar suas energias de forma inteligente visando terminar o percurso, ou ganhar a prova.

O acompanhamento e monitoramento de um treinador profissional é crucial para ajudar o ciclista a compreender os seus limites e adotar as melhores estratégias.

É claro que, conhecendo todo o percurso a ser percorrido no dia, deixa a estratégia muito mais fácil. Planeje o seu pedal!

Leia mais:

https://www.cbc.esp.br/

Acompanhe:

https://saudem3bikefit.com.br/cicloviagem-e-ecoturismo/

Referências:

Cycling science / editors Stephen S. Cheung, Mikel Zabala

Picture of Marcelo Muniz Machado

Marcelo Muniz Machado

Bike Fitter do M3 BIKE FIT STUDIO e Farmacêutico com Mestrado em Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde pela UFRN.

Este blog utiliza cookies para garantir uma melhor experiência. Se você continuar assumiremos que você está satisfeito com ele.