A alimentação saudável para praticantes de atividades físicas faz parte de um pacote de hábitos muito importantes.
Se você é atleta, sua dieta é tão importante quanto seu treinamento.
A comida é o nosso combustível. Os melhores equipamentos, planos de treinamento e mentores não lhe ajudarão nem um pouco se o seu tanque estiver vazio, ou se estiver usando o combustível errado.
Quer seja um corredor casual ou ciclista competitivo, é muito provável que já tenha tido um treino ruim alguma vez na vida.
É mais comum do que se imagina que as sessões de exercícios fracassadas sejam causadas por algum aspecto do estilo de vida, falta de sono, estresse ou alimentação errada ou simplesmente alimentação insuficiente.
Portanto, se queremos melhorar o nosso desempenho, mudanças nos hábitos de vida são necessárias.
As mudanças positivas que incorporamos por trinta dias, três meses ou até por um ano não fazem sentido se elas não permanecerem ou então se não abrirem espaço para outras mudanças ainda mais positivas.
O que realmente importa são as mudanças que duram para sempre, ou ao menos por muitos anos ou até décadas.
O que importa não é ‘seguir uma dieta’, mas sim criar um “estilo de vida”
O ideal é começar simples. Inicialmente aumente ao máximo a quantidade de alimentos integrais na sua dieta.
Deixe a exatidão das as proporções de macronutrientes, as gramas de proteínas e a quantidade de calorias, para um segundo momento que também será muito importante.
Essa simplicidade, em combinação com a resultante diminuição do estresse em torno da alimentação, serão os seus maiores aliados no processo de fazer com que as mudanças sejam duradouras.
Da mesma forma que os alimentos não ficam mais saudáveis quando se adiciona a eles ingredientes artificialmente, é errado considerar que os alimentos integrais são apenas os nutrientes que eles contêm.
O nosso corpo se nutri de tudo o que há no alimento, ou seja, da complexidade impressionante das interações entre os inúmeros nutrientes que o alimento contém.
O ideal é não se prender em buscar sempre a perfeição da forma que a maioria das dietas costuma aconselhar.
Pequenas folgas facilitam para que as novas mudanças se tornem permanentes e diminuem o peso sobre a sua força de vontade à medida que se aprende a preparar novas refeições e a lidar com situações sociais relacionadas à alimentação.
Em se tratando de mudanças dietéticas, existe uma tendência inoportuna ao perfeccionismo, cada prato tem que ser perfeito, sem a mínima folga e sem adaptações que fogem do roteiro perfeito.
Isso significa que, quando o desvio inevitável por fim ocorre, ou seja, se deixar vencer por um desejo forte ou esquecer de planejar para o futuro, sentimos como se tivéssemos fracassado e muitas vezes voltamos ao ponto de partida.
Em vez disso, aceite pequenas folgas e concessões. Se essa pequena flexibilidade é o que o mantém nos trilhos durante os 95% restantes do tempo, então é positivo.
A recente controvérsia sobre os benefícios das vitaminas batidas com frutas e hortaliças demonstra bem o ponto de vista das pequenas concessões.
Se o objetivo é a perda de peso, é melhor e mais natural comer frutas, hortaliças, oleaginosas e sementes em seu estado integral, em vez de triturá-las numa vitamina para tomar.
Ingeriríamos menos calorias dessa maneira, pois mastigar os alimentos toma mais tempo e esforço e o volume maior dos alimentos integrais também ocupa um espaço relativamente maior no nosso estômago do que a vitamina líquida.
Por outro lado, para a maior parte dos atletas, o objetivo não é perda de peso, e sim assegurar que estão ingerindo calorias o suficiente para suprir a demanda energética provenientes dos treinamentos e competições.
Mas o maior problema é que para quase todos, e principalmente para os que estão começando a jornada da alimentação saudável, é a praticidade das preparações e o hábito do tipo de alimento a ser ingerido em cada refeição.
Por exemplo, em um dia cheio com bastante compromissos, pode ser bem mais prático e parecer menos estranho no café da manhã tomar um copo de vitamina, do que preparar uma tigela de frutas, hortaliças, oleaginosas e sementes, todas cruas.
A maioria das pessoas simplesmente não comeria a segunda opção como café da manhã, não sem ao menos antes se acostumarem a se alimentar dessa maneira durante muitos anos.
A escolha mais típica para quem é iniciante na alimentação saudável é entre a vitamina e alguma coisa que sai da janela do drive-through ou, num cenário melhor, entre uma vitamina e um pão.
O pão não é tão ruim se for integral e se não for industrializado, por outro lado, os pães não possuem os micronutrientes das frutas, hortaliças, oleaginosas e sementes quando crus.
Nesse caso, para um iniciante, a vitamina pode ser a melhor opção, mesmo que não seja uma opção tão boa quanto comer os ingredientes não triturados.
Nesse caso, pode-se ir se adaptando aos poucos, introduzindo os alimentos em suas formas naturais, ou seja, não triturados, de forma gradativa.
Concluindo, a maioria das pessoas não consegue ou não quer reconhecer as nossas próprias limitações.
Ao compreender que somos falíveis e, ao mesmo tempo, adaptativos (desde que gradativamente), podemos nos livrar de grande parte do estresse causado pela dieta.
Por fim, a ajuda profissional de um nutricionista será capaz de trazer grandes elucidações sobre as estratégias de adaptação nas mudanças de hábito.
Adicionalmente, o nutricionista também será grande fonte de motivação e conhecimento para que a dieta seja realizada de forma tranquila e saudável.
Conselho Federal de Nutricionistas – CFN.
Associação Brasileira de Nutrição Esportiva- ABNE.
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